O modelo de aprendizagem nas últimas décadas passou por diversas modificações. O modelo tradicional, que acredita em aprendizado efetivo apenas através de cursos de especialização formal e diploma, não se apresenta mais de forma tão eficaz. Esse é um dado ainda mais presente quando falamos na educação para adultos, visto que a educação para crianças ainda é aplicada, em sua maioria, dentro de um modelo mais conservador no Brasil.
A arte ou ciência de orientar adultos a aprender, é conhecida como andragogia, segundo a definição cunhada na década de 1970 por Malcolm Knowles. Partindo deste conceito, observamos que cada vez mais as organizações são responsáveis pela educação e desenvolvimento de seus profissionais, visto que eles passam maior parte de seu tempo dentro do ambiente de trabalho, aprendendo e se desenvolvendo para atender as necessidades diárias deste ambiente.
O desafio de ensinar e desenvolver profissionais parece um tema atual, mas em 1990 os professores Morgan McCall, Robert Eichinger e Michael Lombardo, do Centre for Creative Leadership, sediado na Carolina do Norte (EUA) já nos mostravam as dificuldades de aprendizagem calcada unicamente no modelo de formações tradicionais, o que a partir de suas pesquisas deu origem ao modelo de aprendizagem 70 20 10.
Vivenciamos um momento de transformação digital e para que a educação ocorra de forma assertiva, é necessário possuir estratégias que tragam resultados efetivos, rápidos e atrativos para este público, o modelo de aprendizagem 70 20 10 nos traz isso através da diversidade na forma de aprender.
Estudos mostram que 70% do aprendizado é oriundo de experiências próprias e está diretamente relacionado aos desafios enfrentados na rotina dentro do ambiente de trabalho: como são percebidos e enfrentados os desafios, experimentação, repetição e acúmulo de experiências. Sabemos que o desenvolvimento de competências se dá através da prática e a prática nos leva a perfeição, isso não é diferente quando falamos de aprendizado on the job.
Os estudos mostram também que 20% do aprendizado é obtido através de trocas com os outros, interação, observação, aquilo que você aprende quando observa um colega de trabalho, ou quando interage na realização de determinada tarefa ou projeto, onde ambos aprendem um com o outro.
Os 10% apontam a aquisição de aprendizado através do estudo formal, aquele adquirido através de treinamentos tradicionais em sala de aula, cursos de especialização, capacitações técnicas, certificações específicas, livros, graduação, pós graduação, etc. Todo aprendizado que se recebe de forma estruturada e controlada.
Outras metodologias validam está prática, como o próprio coaching que estimula a tarefa prática em seu dia a dia com a finalidade de desenvolvimento de novos comportamentos.
Vivenciamos um momento onde os treinamentos/ capacitações não necessitam ser realizados de forma tão estrutural e sim através de um modelo mais leve e vivencial, estimulando assim a troca de ideias e experiências, não estamos falando de “radicalizar” o modelo de aprendizagem dentro das organizações e sim pensar em uma diversidade dentro do processo de aprendizagem. O processo 70 20 10 é efetivo de forma completa, ou seja, todas as suas etapas são importantes.
Como sugestão de leitura complementar, recomendo nosso artigo sobre como desenvolver competências na prática.
Até a próxima!