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Matriz 9 Box: como aplicar para mapear talentos e decisões de RH

Escrito por Grou | 01/12/2025 12:00:00

A busca por melhores formas de gerir pessoas nunca foi tão evidente. Em um contexto que prepara equipes para inovação e resiliência, o mapeamento dos talentos ganha novas camadas de sofisticação. Há métodos clássicos que resistem ao tempo e ainda surpreendem pela sua aplicabilidade, caso da matriz 9 box, um recurso que alia clareza visual, objetividade nos critérios e uma visão ampla sobre desempenho e potencial.

Ao longo deste artigo, vamos abordar o que é a matriz, como ela funciona na prática, seus eixos, exemplos de interpretações de cada “caixa” e como podemos adaptar o uso ao contexto do negócio, mitigando erros e fortalecendo a cultura de desenvolvimento.

O que é a matriz 9 Box e como surgiu?

A matriz 9 Box é um recurso visual usado em gestão de pessoas que cruza o desempenho atual de um colaborador com seu potencial de crescimento futuro. Sua origem remete a consultorias renomadas de recursos humanos nos anos 1970, e ganhou espaço nos processos de avaliação de grandes empresas, justamente por oferecer um diagnóstico rápido e comparativo do capital humano.

Segundo o Ministério dos Transportes do Brasil, o método é reconhecido por ajudar na leitura estratégica da equipe, facilitando o planejamento de sucessão e a identificação de lideranças.

Simples na forma, poderoso na decisão.

 

No quadrado da matriz, há uma ordenação visual em três faixas de desempenho (baixo, médio, alto) e três de potencial (baixo, médio, alto). O resultado? Nove caixas, cada uma correspondendo a um perfil combinado e indicando quais ações são recomendadas, desde reconhecimento até reestruturação.

Como funciona a matriz na prática?

Para quem já viu a matriz, sabe que ela se parece com um tabuleiro 3x3. Cada linha reflete o desempenho atual dos profissionais, enquanto as colunas apontam o potencial de crescimento identificado, algo medido tanto por avaliações objetivas quanto por percepções comportamentais e históricos de entrega.

  • Desempenho: Representa o grau de entrega, resultados e cumprimento de metas no papel atual.
  • Potencial: Aponta a capacidade de desenvolvimento, flexibilidade, liderança futura e aprendizados.

Para cada pessoa avaliada, a matriz determina sua posição nas nove possíveis combinações, o que permite traçar ações realistas e orientadas, olhando não só para o presente, mas principalmente para o futuro do negócio.

Passo a passo: aplicando a matriz de forma estratégica

A estrutura é simples, mas o valor está nos detalhes de execução. Listamos os principais passos para a aplicação prática da matriz em qualquer organização:

  • Definir critérios claros: Antes de qualquer coisa, é preciso detalhar o que significa “baixo, médio e alto” tanto para desempenho quanto para potencial. Cada empresa pode criar seus próprios parâmetros, ajustando ao contexto e à cultura existente.
  • Coletar dados embasados: Aqui, usamos indicadores de performance (KPIs), avaliações prévias, registros históricos e feedbacks estruturados.
  • Reunir gestores preparados: A calibragem entre avaliadores é fundamental. Capacitar líderes para alinhar expectativas reduz o risco de julgamentos subjetivos.
  • Cruzar os dados: Coloque cada colaborador na “caixa” correta, com base nos indicadores e comparativos internos.
  • Analisar tendências: Identifique padrões na equipe, muitos colaboradores em determinada área revelam necessidades de ação, como treinamentos, promoções ou realocação.
  • Traçar planos de ação individualizados: Cada posição merece uma abordagem diferente para desenvolvimento, feedback ou reconhecimento.

O sucesso da matriz depende menos da ferramenta e mais do preparo e comprometimento de quem a utiliza.

Entendendo os quadrantes: o que cada combinação revela?

É comum existir dúvidas sobre como ler as posições da matriz. Por isso, explicamos de maneira didática o que cada quadrante sinaliza e quais ações são indicadas em cada caso.

  • Alto desempenho x Alto potencial: Profissionais prontos para assumir maiores desafios, liderar projetos ou serem preparados para sucessão.
  • Alto desempenho x Médio potencial: Pessoas confiáveis, mas que talvez não busquem crescer tanto; ótimo para estabilidade operacional.
  • Alto desempenho x Baixo potencial: Excelentes nas funções atuais, mas barreiras para crescimento futuro.
  • Médio desempenho x Alto potencial: Podem se destacar com mentoria ou mudanças de função; aposte em desenvolvimento direcionado.
  • Médio desempenho x Médio potencial: Principal público dos planos de melhoria contínua e feedbacks regulares.
  • Médio desempenho x Baixo potencial: Sinal de atenção. Pedem avaliação detalhada de encaixe e motivação.
  • Baixo desempenho x Alto potencial: Apostas que ainda não deram resultados. É hora de investigar obstáculos e propor desafios.
  • Baixo desempenho x Médio potencial: Podem ser realocados ou direcionados para áreas menos críticas; feedback é indispensável.
  • Baixo desempenho x Baixo potencial: É preciso tomar decisões firmes sobre permanência, apoio ou desligamento.
A matriz mostra não só “quem está pronto”, mas quem pode surpreender.

 

Adaptando critérios à cultura e aos objetivos do negócio

Na nossa experiência, poucas empresas prosperam usando modelos engessados. Os critérios para “potencial”, sobretudo, pedem uma análise criteriosa. Recomendamos que cada empresa discuta o que espera de seus talentos e alinhe os conceitos à estratégia de longo prazo.

  • O que significa crescer na empresa? Liderança? Especialização técnica? Todos são caminhos válidos e podem compor diferentes “potenciais”.
  • Como a cultura valoriza o resultado? Empresas que reconhecem inovação terão parâmetros diferentes de ambientes que prezam regularidade.
  • Quais comportamentos reforçam a missão? A matriz é mais valiosa quando alinhada ao DNA organizacional.

Nenhuma matriz sozinha reflete a complexidade das pessoas, mas adaptar os critérios é o caminho mais seguro para garantir resultados justos.

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Exemplos práticos: ações recomendadas para cada perfil

Trazemos exemplos reais de que o impacto da matriz vai além da classificação. Ela orienta planos de ação, reduz subjetividades e impulsiona a evolução da equipe:

  • Reconhecer e avançar: Profissionais com alto desempenho e potencial devem receber desafios, treinamentos exclusivos e serem mapeados para ocuparem futuras posições chave.
  • Papel de estabilidade: Aqueles com alta entrega, mas menor potencial, podem se manter como “experts de área”; valorização e estabilidade são o foco aqui.
  • Mentorias & realocação: Identificar aqueles que possuem potencial, mas ainda patinam no desempenho, pode dar excelentes frutos quando conectados a líderes experientes.
  • Feedbacks transparentes: Colaboradores que apresentam baixo potencial e desempenho precisam receber feedbacks construtivos, planos de ação claros e ter o acompanhamento próximo dos líderes.

Para quem busca aprofundar nas decisões relacionadas a crescimento ou promoção, os conteúdos sobre como decidir entre contratar ou promover podem ser um complemento interessante.

Benefícios da matriz na rotina do RH

São muitos os ganhos para o RH e para o negócio quando a matriz é bem aplicada. Os mais frequentemente relatados por nossos parceiros e clientes incluem:

  • Mapeamento visual dos talentos, permitindo que qualquer líder entenda rapidamente o cenário de sua equipe.
  • Suporte à tomada de decisão em promoções, treinamentos ou desligamentos, eliminado escolhas baseadas apenas na afinidade.
  • Planejamento de sucessão embasado e sem “achismos”, reduzindo riscos de vacância em posições estratégicas.
  • Maior engajamento quando o colaborador percebe que há critério no desenvolvimento.
  • Redução do turnover por falta de perspectiva, assunto detalhado no material sobre atração e retenção de talentos.
Quando há clareza em como somos avaliados, o crescimento se torna mais transparente.

 

Como o preparo dos gestores faz a diferença

Já presenciamos empresas que adotaram a matriz e enfrentaram dificuldades, não pelo método, mas por falta de preparo dos gestores envolvidos na avaliação. É fundamental investir em capacitação, seja via treinamentos internos, programas de formação continuada ou trocas de experiências entre líderes.

Gestores bem preparados minimizam vieses, conseguem argumentar escolhas e promovem uma cultura de desenvolvimento constante.

Para quem deseja fortalecer essa competência, materiais sobre gestão de talentos e desenvolvimento de RH são excelentes aliados.

O papel da tecnologia, people analytics e integração com outras metodologias

À medida que as demandas aumentam, o uso de tecnologia tornou-se quase um padrão para o RH que busca precisão. Aplicar o conceito da matriz manualmente é possível, mas no cenário atual, as plataformas digitais trazem agilidade e segurança contra perda de informações.

A integração de análises comportamentais, dados históricos e indicadores de desempenho em tempo real potencializa o uso estratégico da matriz.

Ferramentas de people analytics, que unem quantidades massivas de dados sobre comportamento, clima, rotatividade, performance, entre outros, permitem às empresas realizar cruzamentos sofisticados e tomar decisões rápidas, coerentes e baseadas em evidências.

Você conhece a ferramenta líder mundial em gestão comportamental?

Para um aprofundamento nessa integração, recomendamos o conteúdo sobre como apresentar o potencial dos profissionais usando a matriz. Já para estratégias de identificação de talentos, há o material dedicado a técnicas para identificar talentos.

Erros comuns e dicas para evitar armadilhas

Embora pareça simples, aplicar a matriz pede cautela. Listamos os maiores deslizes relatados e como preveni-los:

  • Avaliação subjetiva: Permitir que opiniões pessoais influenciem a classificação distorce o resultado. Definições claras e uso de dados amenizam o risco.
  • Falta de comunicação transparente: Não esclarecer processose critérios aos avaliados gera desconfiança e frustrações.
  • Classificações estáticas: A matriz deve ser revista periodicamente, acompanhando a evolução individual e do negócio.
  • Esquecer o contexto: Cada empresa tem ritmos e desafios próprios. Adaptar o uso é sinônimo de respeito à cultura.
Uma matriz mal comunicada pode gerar mais problemas do que soluções.

 

Envolver todos os níveis desde o início, ouvir percepções e abrir espaços para retificações são atitudes que fazem a diferença.

Aplicação em empresas de diferentes portes

Nas pequenas empresas, a matriz ajuda a estruturar processos que, muitas vezes, já acontecem de modo informal. Em médios e grandes negócios, ela se torna um requisito para dar conta do volume de talentos e garantir uma visão macro do time.

Independente do porte, é possível adaptar o rigor da aplicação e a periodicidade das análises.

O que muda, de fato, é o grau de detalhamento das informações inseridas e o volume de profissionais avaliados. O princípio central se mantém: transparência e embasamento.

Conclusão

A matriz 9 box é uma poderosa aliada do RH moderno para mapear talentos de forma transparente, comparável e alinhada à cultura da empresa. Em nossa experiência, o segredo do sucesso está nos detalhes: critérios claros, preparo dos gestores, integração com dados e uma comunicação honesta durante e após as avaliações.

Ao ser combinada com práticas de people analytics e metodologias de desenvolvimento, a matriz potencializa o engajamento da equipe, reduz o turnover, norteia a sucessão e alinha expectativas. Em um mundo cada vez mais construído sobre dados e evidências, ferramentas como esta ajudam empresas a se preparar para o futuro, valorizando especialmente quem mais faz diferença em qualquer organização: as pessoas.

Perguntas frequentes sobre a matriz 9 Box

O que é a matriz 9 Box?

A matriz 9 Box é uma ferramenta de gestão de talentos que cruza os indicadores de desempenho atual dos colaboradores com o potencial de crescimento que apresentam dentro da organização. Isso permite uma classificação visual e estratégica em nove quadrantes distintos, facilitando decisões sobre desenvolvimento, promoções e planejamento sucessório.

Como aplicar a matriz 9 Box na empresa?

Para aplicar a ferramenta, sugerimos definir claramente o que sua empresa considera “baixo, médio e alto” para desempenho e potencial; reunir dados confiáveis e objetivos sobre cada colaborador; capacitar gestores para avaliações coerentes; organizar os profissionais nos quadrantes conforme os critérios; e, por fim, criar planos de ação baseados nas classificações. O processo pode ser feito manualmente ou com apoio de tecnologia, sempre respeitando a cultura interna.

Para que serve a ferramenta 9 Box?

A matriz serve para visualizar o cenário de talentos da empresa, apoiar decisões sobre reconhecimento, desenvolvimento, movimentação interna e desligamentos. Também possibilita o planejamento de sucessão e indica quais colaboradores podem ser preparados para assumir novos desafios, ajudando o RH a agir de modo preventivo e não apenas reativo.

Quais são os benefícios do 9 Box para RH?

Entre os principais benefícios, estão o suporte para decisões embasadas, melhoria do engajamento da equipe, promoção de uma cultura de feedback contínuo, estímulo ao desenvolvimento direcionado de talentos e redução dos riscos de perda de profissionais-chave. Além disso, o método reforça a confiança em processos de avaliação, pois explicita critérios e reduz subjetividades.

Como avaliar talentos usando o 9 Box?

Avaliamos talentos combinando dados de desempenho —como metas atingidas, entregas, comportamentos observados— com o potencial percebido, que contempla abertura para aprender, resiliência, iniciativa e capacidade de liderança. Cruzando essas informações, posicionamos cada profissional na matriz e, a partir disso, desenvolvemos planos de ação personalizados conforme o quadrante, sempre com foco no desenvolvimento e no engajamento.