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Perfis comportamentais: a importância de uma equipe diversificada

Escrito por Fernanda Fuhrmeister | 23/02/2018 08:15:17

O criador do “scrum” (metodologia para gestão e planejamento de projetos de software), Jeff Sutherland, contou em seu livro “The art of doing twice the work in half the time” como conseguiu unir profissionais de diferentes perfis comportamentais em um time e, assim, entregar todo o valor de um produto.

Esse sábio programador soube explorar bem o conceito de times multidisciplinares. Apesar de sua eficiência, esse método ainda é pouco explorado pelas organizações empresariais.

Mas o que é essa técnica? Como você pode implementá-la na sua empresa? Acompanhe nosso artigo!

O que é uma equipe multidisciplinar?

Normalmente, o RH gosta de agrupar pessoas que são compatíveis. Os recrutadores costumam escolher profissionais jovens e dinâmicos para trabalhar em um departamento que desenvolve produtos inovadores, por exemplo.

De fato, reunir colaboradores com competências iguais em um só ambiente reduz o risco de ineficiência e aumenta as chances de sucesso dos processos. No entanto, a diversidade de habilidades pode proporcionar algo que a uniformidade talvez não consiga: a excelência. Como assim?

Para entender melhor, pense um pouco: cada indivíduo traz consigo uma visão sobre o mundo embasada em sua vivência pessoal e profissional. É por isso que os seres humanos são singulares. Esse fato revela algo muito interessante: todas as pessoas têm a capacidade de contribuir de modo original ou ímpar para um determinado projeto.

Para ilustrar, imagine que várias pessoas observam um monumento turístico de locais diferentes. Embora estejam vendo o mesmo objeto, elas farão descrições únicas baseadas no seu ponto de vista.

Do mesmo modo, uma equipe multidisciplinar, com diferentes perfis comportamentais, pode enxergar de perspectivas particulares uma maneira de realizar um serviço. E o resultado será um projeto final mais completo e abrangente.

Retomando ao exemplo da empresa que escolhe apenas profissionais jovens e dinâmicos para um setor voltado para a inovação, podemos concluir que, ao admitir colaboradores mais velhos, a área terá a experiência que falta nos integrantes mais novos.

Entretanto, o grande desafio é: como montar uma equipe que tenha habilidades distintas, mas que seja homogênea? Falaremos sobre isso a seguir.

Como potencializar o desempenho das equipes internas?

Antes da construção de um processo de recrutamento voltado para a formação de times multidisciplinares, a pluralidade profissional já deve começar a fazer parte da cultura interna da empresa.

Para isso, não são necessárias grandes mudanças, mas pequenas ações inseridas no cotidiano dos colaboradores. São elas:

Comunicação

Os gestores podem incentivar os membros de sua equipe a expressarem sua opinião sobre tudo o que evolva as demandas do setor, mostrando assim que valorizam diferentes pontos de vista.

A fim de fomentar o ciclo da comunicação, algumas práticas, como reuniões regulares com os colaboradores, uso de uma rede social corporativa e técnicas de serendipidade (recursos que estimulam a interação social) devem fazer parte da política interna da empresa.

Integração

Outro ponto que promove a cooperação de pessoas com diferentes perfis profissionais é o espaço de trabalho compartilhado. Esse método já é utilizado pela empresa Google, que derrubou as paredes que separavam as áreas internas, os líderes e os subordinados e uniu toda a equipe em um só ambiente.

O resultado disso é uma atmosfera cheia de diversidade e interações que fertilizam boas ideias para o cumprimento de projetos. A partir dessas ações, a cultura interna da instituição começa a florescer com base na pluralidade.

Recrutamento

Essa cultura interna será a base para o desenvolvimento do processo de recrutamento de novos profissionais para a organização. Essa área atrairá pessoas de duas maneiras: a primeira é por meio de sua employer branding, ou seja, a reputação da empresa de valorizar diferentes perfis profissionais.

E a segunda é por procurar trabalhadores que tenham diferentes perfis comportamentais, com formações e experiências que se complementam. Vamos a mais um exemplo: digamos que o RH esteja formando o time de marketing da companhia. Nesse caso, pessoas com formação na área de publicidade terão prioridade, certo?

No entanto, jornalistas poderão contribuir para a produção do conteúdo das campanhas de marketing nas redes sociais e também no blog da empresa. Além disso, administradores colaborarão com a organização das diversas etapas desse projeto.

E o que dizer dos profissionais da área de ciências exatas, como matemáticos e engenheiros que são mestres em estatísticas e equações? Esses aspectos fazem parte da etapa de mensuração dos resultados da campanha publicitária. Com a ajuda de todos esses profissionais, conseguiu imaginar como esse projeto será mais eficiente e bem direcionado?

Definição de princípios

Uma vez formadas as equipes multidisciplinares, alguns princípios devem ser seguidos por todos os seus membros. Entre eles, estão:

  • a necessidade de terem objetivos em comum;
  • a definição clara do papel de cada colaborador;
  • o envolvimento de todos nas tarefas;
  • o respeito mútuo;
  • o uso pleno de suas competências e habilidades;
  • o esforço para que a equipe funcione como uma unidade.

É obvio que surgirão algumas áreas de conflito, afinal, isso faz parte do comportamento humano. No entanto, os líderes devem treinar os colaboradores para que desenvolvam a capacidade de adaptar-se ao contraditório e às mudanças que podem decorrer disso.

Uma maneira de fazer isso é mostrar como as divergências podem ser encaradas como um trampolim para atingir a excelência de uma meta.

Reunião com o time

Para que fique bem clara a importância da pluralidade, ao finalizar um projeto, o gestor pode se reunir com a sua equipe e apontar como as diferentes formas de pensar do time levaram à perfeição do trabalho entregue.

Por outro lado, é importante ressaltar que as opiniões não devem revelar vaidades pessoais, mas um modo de contribuir para a produtividade de todos os colaboradores.

Enfim, o conceito de time com diferentes perfis comportamentais se tornará cada vez mais presente nas organizações. E isso é ótimo! Afinal, quem quer enxergar apenas preto e branco quando há a opção de ver colorido?

Sendo assim, não é uma questão de saber se duas cores da mesma paleta cromática estão combinando, mas de como as nuances em suas pigmentações pintarão um quadro único.

O que achou de nosso artigo? Conseguiu perceber a importância de possuir colaboradores com diferentes perfis comportamentais em sua organização? O que acha de mapear as competências e habilidades de sua equipe? Podemos ajudá-lo, entre em contato conosco!