É essencial que, durante o processo de recrutamento e seleção, as competências socioemocionais dos candidatos sejam consideradas. Os profissionais que possuem essas competências tendem a ser altamente resilientes, além de possuírem controle sobre suas emoções em momentos de grande pressão ou mesmo estresse.
Encontrar profissionais com essas competências requer muita persistência. Infelizmente, são poucas as pessoas que investem em autodesenvolvimento e autoconhecimento, fatores que são base para competências socioemocionais bem desenvolvidas. A capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar as próprias emoções, bem como a habilidade de lidar efetivamente com as emoções dos outros, pode levar a uma comunicação mais eficaz, relacionamentos de trabalho saudáveis e maior produtividade.
Neste artigo, você vai entender o que são competências socioemocionais, qual a importância delas para a entrega de resultados nas empresas e como podem ser o diferencial competitivo de um profissional. A partir desse debate, você poderá refletir sobre como a gestão comportamental é importante na hora de alocar a pessoa certa no local certo.
As habilidades socioemocionais, também conhecidas como habilidades não cognitivas, são um conjunto de competências que se desenvolvem a partir da inteligência emocional, desde a infância. Essas competências referem-se à capacidade de um indivíduo lidar com suas próprias emoções, comunicar-se efetivamente e estabelecer relacionamentos saudáveis, demonstrando responsabilidade social.
Essas capacidades se manifestam na forma de pensamentos, sentimentos e comportamentos, tanto em relação a si mesmo quanto aos outros. Elas estão presentes na definição de objetivos, tomada de decisões e enfrentamento de situações adversas. Podemos observar essas habilidades na maneira como o indivíduo reage a estímulos sociais, pessoais e profissionais. Elas fazem com que o trabalhador seja capaz de agir de forma equilibrada e, com isso, alcançar o sucesso em todas as esferas da vida, principalmente na profissional.
Essas competências apontam para as relações interpessoais e também a relação do indivíduo com ele mesmo, conhecida como intrapessoal. Uma relação intrapessoal é referente àquelas qualidades de foro íntimo, que grande parte da sociedade valoriza no relacionamento cotidiano. Entretanto, por serem subjetivas e difíceis de mensurar, quase sempre acabam ficando em segundo plano, se comparadas aos nossos direcionamentos considerados objetivos.
Assim, a falta de competências socioemocionais só costuma ficar evidente quando os problemas de convivência e relacionamento, em casa ou no trabalho, começam a aparecer. É quando a pessoa percebe que não é capaz de lidar emocionalmente com os desafios apresentados pela vida.
A necessidade dessa competência tem crescido, e vem sendo evidenciada ao longo dos últimos anos. Cada vez mais as empresas estão entendendo que a formação de um profissional de alta performance vai muito além do domínio das competências técnicas. Em meio a uma realidade de transformações rápidas e constantes, é preciso que os profissionais sejam capazes de conviver e resolver as questões do dia a dia com criatividade, e enfrentando os problemas com resiliência.
De acordo com Rohan Rajiv, diretor de gerenciamento de produtos do LinkedIn, as habilidades sociais foram requisitadas em 78% dos anúncios de empregos globalmente no último trimestre de 2022. No relatório Global Talent Trends do LinkedIn de 2019, 89% dos recrutadores disseram que quando uma contratação não dá certo, geralmente é pela falta de habilidades sociais. Ainda assim, mesmo que o foco das competências socioemocionais seja um diferencial competitivo para o mercado de trabalho, saber gerenciar as emoções é um ganho também para a vida pessoal.
Existem muitas vertentes de estudo sobre o assunto, de maneira que cada pesquisa determina um conjunto de competências socioemocionais. Isso quer dizer que as competências variam conforme a bibliografia considerada. No entanto, elas sempre fazem referência a um conjunto de competências fundamentais para a formação de um profissional de alta performance.
Assim, podemos listar as 12 competências socioemocionais mais comuns:
Profissionais com habilidades socioemocionais têm uma capacidade extra para mostrar empatia com outras pessoas em qualquer ocasião. Seja na resolução de problemas no trabalho, ou com uma palavra amiga para um colega, eles conseguem entender o que está acontecendo, conversar com os pares e encontrar soluções assertivas rapidamente.
Eles também costumam investir na carreira e no desenvolvimento pessoal, além de atraírem outros profissionais que desejam assumir essa mesma postura, por isso são ótimos líderes. Por isso, se destacam nas interações humanas, adaptando-se com facilidade ao ambiente de trabalho. Apresentam-se como autoconscientes e sabem o que os motiva, demonstrando também elevada inteligência emocional. Além disso, têm muita habilidade para lidar com diversos tipos de pessoas.
Pessoas com competências socioemocionais são muito curiosas e querem aprender mais sobre o que acontece com as pessoas e o ambiente ao seu redor. Por isso, investem mais tempo em conhecer colaboradores e clientes, mesmo que isso não seja uma obrigação deles. E, acima de tudo, são curiosos sobre si mesmos, estão constantemente buscando novas formas de se conhecer. Afinal, só é possível entender o outro quando compreendemos nós mesmos.
Mapear e mensurar as competências socioemocionais é um passo inicial para o desenvolvimento comportamental dentro da gestão de pessoas de uma organização. Para isso, existem tecnologias de assessment como o PDA, o Questionário de Resiliência e o Dilemas de Gestão. Durante esse processo, há alguns pontos-chave de atenção.
Resiliência: Se recuperar rapidamente de situações de estresse ou outras ocorrências que possam interferir no equilíbrio emocional é fundamental para profissionais de sucesso. Dessa forma, identificar o nível adequado de resiliência de cada candidato é importante, e também está relacionado à função que o profissional vai exercer. Ter pouca resiliência pode ser paralisante para profissionais que precisam tomar decisões rápidas, por exemplo.
Autopercepção: Conhecer a si mesmo, ou seja, saber o limite de suas emoções é muito importante para o êxito profissional. Assim, apresentar um determinado nível de autopercepção está relacionado à capacidade de gerenciamento emocional. Quanto mais o profissional é capaz de controlar a si mesmo, maior será a sua capacidade de responder de forma eficaz às diversas situações do seu dia a dia.
Sensibilidade ao analisar o contexto: Como seres sociais, precisamos desenvolver certas aptidões para interagirmos com nossos pares. Por isso, assim como é importante reconhecer suas próprias emoções, o profissional também precisa saber identificar o sentimento dos outros para saber lidar com seus comportamentos. No caso de cargos de gestão, ter um alto nível de sensibilidade ao analisar o ambiente é muito importante para assegurar um melhor relacionamento com a equipe.
Finalmente, é possível perceber que, se a pessoa tem competências socioemocionais satisfatoriamente desenvolvidas, ela canaliza sua energia de maneira eficaz, afim de ser capaz de contornar os efeitos de circunstâncias negativas. Isso evita transtornos no trabalho e ainda diminui os níveis de ansiedade. A partir dessas constatações, fica evidente que as competências socioemocionais figuram como um diferencial competitivo para as empresas, atuando como agente facilitador para profissionais e negócios de alta performance.
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