Veja o que é comunicação não violenta e como trabalhar esse aspecto nas empresas
Desvios de conduta no ambiente de trabalho e práticas abusivas, muitas vezes, são resultado de ineficiência na troca de ideias entre os profissionais e repercutem negativamente na imagem da empresa. Para contornar isso, especialistas como o psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg passaram a estudar alternativas, como a comunicação não violenta. Mas, o que é comunicação não violenta ou CNV?
Sabemos que comunicação é a chave para relacionamentos pessoais e profissionais mais saudáveis. A CNV é uma estratégia para redução de conflitos e aumento da empatia no ambiente de trabalho, percebida hoje como essencial para a transformação das organizações.
Descubra o que é comunicação não violenta e como ela funciona, o que fazer para começar a utilizá-la e qual é a sua importância nas empresas!
O que é comunicação não violenta?
A comunicação não violenta foi construída de acordo com os princípios da não violência, os mesmos utilizados por Mahatma Gandhi.
A ideia de que todos somos compassivos naturalmente e que estratégias violentas, para se “vencer no grito”, são aprendidas. Essa é a base da estratégia de comunicação, que ajuda as pessoas a atingirem esse ideal de comunicação, “desaprendendo” noções que são consideradas pelo criador da tendência como reflexos culturais.
De acordo com o criador da CNV, Marshall Rosenberg, a técnica visa utilizar a comunicação para criar relações melhores entre indivíduos. Por isso, ela é essencial para a gestão de pessoas nos ambientes de trabalho. Neles, ela ajuda a identificar e solucionar conflitos, determinar quando alguém invade o espaço do outro e a vocalizar melhor as necessidades de cada um.
Como trabalhar a comunicação não violenta?
Ainda segundo o psicólogo responsável pela técnica, a comunicação não violenta é algo que pode ser treinado. Por isso, investir na criação de workshops e na promoção de exercícios para ajudar os seus colaboradores a desenvolverem essa capacidade é a maneira ideal de implementá-la na empresa.
Abaixo, veremos algumas dicas para introduz comunicação não violenta na empresa.
Ouça, observe e recapitule
O primeiro passo para a construção de uma comunicação não violenta é ouvir com atenção aquilo que os indivíduos ao redor dizem e se colocar no lugar deles.
Colaboradores devem ser motivados a, antes de tudo, recapitular o que ouviram das pessoas ao seu redor sem nenhum tipo de julgamento. A ideia é que em vez de acusar o outro de dizer algo (“Você disse que…”), o funcionário consiga ser empático com aquilo que escuta (“Eu ouvi você dizer…”).
Essa etapa é muito importante para o aprendizado de CNV porque permite que o interlocutor escolha cuidadosamente o que vá dizer. Enquanto ele escolhe cuidadosamente as palavras para reforçar o que ouviu, tem tempo para refletir sobre o que queria pontuar e fazer isso de maneira não ofensiva.
Discordar imediatamente, acusando o outro de ter dito algo, é a maneira mais rápida de entrar em conflito. Nesse sentido, os exercícios com a repetição de frases que dividem opiniões funcionam para exercitar esse tipo de diálogo.
Descreva emoções, nunca posições
Comunicação não violenta é sobre empatia, portanto, as emoções precedem as posições sempre. Falar sobre como se sente ao ouvir uma afirmação controversa, por exemplo, é parte do aprendizado. O que Rosenberg percebeu, ao estudar os princípios de não violência, é que é muito mais fácil convencer alguém quando se mostra o impacto de algo.
Por isso, em exercícios de comunicação não violenta, é importante que o colaborador mostre seu lado emocional. Se discorda de uma opinião, aborde como ela o afeta. Procure, porém, ensiná-lo a evitar afirmações que projetam a culpa no outro (como “Eu me sinto desrespeitado quando você diz…”).
Identifique as necessidades dos participantes de uma conversa
Em toda conversa, pessoa A e pessoa B querem se sentir ouvidas, compreendidas e respeitadas. Para que isso aconteça, elas precisam identificar as necessidades umas das outras. Conexão, honestidade, empatia e bem-estar físico são alguns dos princípios fundamentais da comunicação não violenta e uma excelente maneira de evitar conflitos.
Se os ânimos ficarem exaltados durante uma conversa, lembre os participantes de se certificarem de que compreendem um ao outro. Frases como “Não sei se entendi corretamente a sua preocupação”, seguidas da repetição do que foi dito fazem uma grande diferença e devem ser treinadas.
Faça pedidos claros
Para concluir a introdução da comunicação não violenta na empresa, será preciso reforçar junto ao colaborador que ele deve deixar suas necessidades claras, por meio de uma solicitação. Isso ajudará as duas partes de uma conversa a se conectarem e criarem um laço que tornará as interações entre elas menos conflitantes.
Se os envolvidos conseguirem deixar claro o que querem, mostrarem suas vulnerabilidades e buscarem entendimento, o exercício terá sido bem-sucedido.
Repita interações como essa tantas vezes quanto possível durante a introdução do conceito de comunicação não violenta. Além disso, pense em outros exercícios que respeitem essas regras para garantir que as ideias de CNV foram entendidas plenamente.
Por que comunicação não violenta é tão importante?
Há muitos benefícios de implementar a cultura da comunicação não violenta dentro das empresas. Com a prática, você conseguirá ver vantagens como:
- fortalecimento da moral no ambiente de trabalho;
- resolução eficiente e rápida para conflitos na empresa;
- maximização do potencial dos colaboradores;
- redução do stress e do absenteísmo; e
- melhorias na performance e qualidade no trabalho de cada membro da equipe.
A comunicação não violenta vem sendo utilizada de maneira bem-sucedida em diversos países, modificando o ambiente corporativo como conhecemos e fazendo com que ele seja mais inclusivo, empático e diverso. Além disso, ela amplia o repertório de competências socioemocionais da equipe.
A CNV é muito vantajosa para os negócios e, porque pode resultar em um comprometimento maior dos colaboradores, traz vários benefícios para as organizações. Segundo o instituto norte-americano Gallup, empresas em que os índices de comprometimento são mais altos chegam a ser 22% mais lucrativas e a ter 37% menos absenteísmo que as demais.
Todos esses resultados podem ser obtidos no seu negócio, desde que sejam feitos esforços para promover a comunicação não violenta na equipe.
Conseguiu entender o que é comunicação não violenta, como ela funciona e o que pode fazer pela sua empresa? Ficou com alguma dúvida? Deixe seu comentário!