Por muito tempo, as tomadas de decisão relativas à gestão de pessoas estiveram baseadas somente na percepção ou na intuição do gestor. No entanto, utilizar a tecnologia no RH tem se tornado cada vez mais essencial, sobretudo para que o setor esteja inserido no processo de transformação digital das empresas e, consequentemente, possa contribuir frente aos desafios organizacionais.
Quer entender melhor sobre como a gestão de RH e a tecnologia aplicada ao RH estão mudando os processos do setor e a gestão de pessoas? Acompanhe!
Como adiantado acima, a principal diferença entre o RH tradicional e o do futuro é, justamente, a transformação digital. Ainda que a maioria dos profissionais queira ter um maior contato com tecnologias também no ambiente de trabalho, assim como ocorre em suas vidas particulares, muitas empresas permanecem analógicas, especialmente nas rotinas de Recursos Humanos.
Isso acontece porque essa é uma área que costuma contar com poucos investimentos. Com orçamento baixo, é muito difícil fazer investimentos em tecnologia. Nesse contexto, a transformação digital diz respeito às possibilidades disponíveis para que o setor entre no mundo digital, tendo a possibilidade de mensurar os dados e obter uma performance melhor.
De modo geral, os profissionais de RH, quando bem preparados, são aptos a fazer entrevistas por competência, gerir processos seletivos e gerar diversos outros benefícios às empresas. No entanto, a subjetividade humana acaba inferindo e faz com que, muitas vezes, ocorram falhas nos processos e nas tomadas de decisões relativas à gestão de pessoas.
Nesse contexto, ainda que o fator humano não deva ser descartado — já que é fundamental contar com ele —, é importante que seja aliado aos dados que os softwares de people analytics propiciam. Existem tecnologias, por exemplo, que medem o perfil comportamental ou até mesmo o quanto um líder está preparado para assumir a gestão de um time.
De acordo com suas especificidades, elas podem ajudar tanto nos processos de diagnóstico quanto nas tomadas de decisão relativas a contratações, a promoções internas, aos programas de desenvolvimento, entre outros.
Resumidamente, o uso de dados permite saber percentualmente a aderência de um profissional ao cargo em aberto, o quanto o colaborador consegue lidar com as adversidades e com a pressão, o quanto ele consegue ser resiliente, entre outros fatores.
É possível fazer, ainda, análises do momento de carreira do profissional, o quanto ele está acelerando ou desacelerando sua carreira, o nível de mobilidade que ele tem para poder ir a outras unidades ou outros países e quais os valores pessoais e de carreira são alguns exemplos. O importante é poder trabalhar com dados independentemente do projeto, pois é sobretudo, por meio deles, que é possível ter uma visão mais precisa de quais caminhos devem ser tomados de acordo com a realidade atual da empresa e também em relação à perspectiva futura.
No momento em que o RH se insere dentro da transformação digital da empresa e entende que necessita trabalhar com dados, ele fica mais alinhado às estratégias e também passa a ser mais respeitado, ganhando mais importância dentro da instituição. Isso acarreta, inclusive, na aquisição de mais budget para novos investimentos.
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Para a utilização dos dados no RH seja efetiva, é fundamental definir bem, antes de tudo, qual é o problema do negócio. Após esse primeiro momento, pode-se pensar melhor em como o setor pode auxiliar na resolução desses problemas.
Dessa maneira, é importante destacar que as tecnologias nunca devem ser contratadas por si só — elas têm que fazer sentido em relação aos projetos que a área está desenvolvendo e auxiliar na resolução os problemas do negócio.
Mesmo que uma tecnologia seja excelente, se ela não fizer sentido para a empresa, é melhor que ela não seja contratada. Um dos erros mais comuns é contar com tecnologias que estejam desalinhadas com o problema que a empresa precisa resolver.
Portanto, essa é a principal dica: a tecnologia por si só não resolve nada, pois deve ser complementar e agregar valor.
Ainda que as opções sejam várias, listamos, abaixo, 4 ferramentas bastante utilizadas para a mudança paradigmática dos setores de RH. Confira:
A PDA International é uma plataforma de gestão de comportamento. Essa ferramenta levanta o perfil comportamental dos profissionais e trabalha com diversos tipos de compatibilidades — seja com cargos, com competências (que vão dizer percentualmente o quanto o profissional tem de aderência aos cargos disputados), mapas de times, entre outros.
Assim, ela se destaca por ser um produto que pode ser utilizado tanto em processos seletivos, programas de desenvolvimento, mapeamentos de times, entre outros desafios — tudo no sentido de mensurar, tirando da subjetividade e trazendo para a objetividade.
Além disso, a ferramenta permite que o RH faça uma apresentação para as partes interessadas de forma gráfica, percentual e que deixe claro o diagnóstico gerado.
O Questionário de Resiliência mensura a resiliência dos profissionais dentro do ambiente corporativo com o objetivo de avaliar se o profissional consegue lidar com as mudanças de forma positiva diante de situações de adversidade, contrariedade, forte pressão, mudança etc.
A resiliência é um aspecto muito importante na tomada de decisão quanto a contratações, programas de desenvolvimento, entre outros.
A ferramenta de Dilemas de Gestão mede o julgamento gerencial dos líderes, ou seja, a capacidade que esses profissionais têm de tomar uma decisão de forma adequada em relação à gestão de pessoas. O resultado da análise pontua o julgamento gerencial do profissional de 0 a 100, informando, ainda, quais são as competências a serem desenvolvidas para que cada profissional lidere melhor as pessoas de sua equipe.
Por último, pode ser destacado a Fuel 50, que é um software de carreira que propicia o engajamento. Ele mede em que momento da carreira o profissional está, em qual fase, quais são os valores de carreira e os valores pessoais, entre outras informações.
A partir disso, pode-se ver quantas pessoas estão acelerando, quantas estão desacelerando, quem tem perfil mais técnico, quais profissionais têm o perfil de liderança, quem está mais apto a mobilidade no momento, entre outras informações.
Finalmente, vale ressaltar que, com o RH trabalhando com dados, o diálogo com outras áreas da empresa acaba sendo mais efetivo, gerando mais credibilidade. Para tanto, o setor pode aliar ferramentas de business intelligence, tendo uma visão estratégica mais consolidada.
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