Resiliência e absenteísmo: entenda sua relação
Atualmente, com a quantidade significativa de conhecimento e ferramentas disponíveis, é fundamental que sua empresa esteja, constantemente, atenta para a relação estabelecida com os colaboradores, fator determinante para a obtenção de melhores resultados. Neste contexto, a resiliência e o absenteísmo são pontos de extrema importância para qualquer RH.
A atenção a estes conceitos é imprescindível para um bom engajamento do público interno de qualquer empresa. Neste post, você vai entender o que são resiliência e absenteísmo e qual é a relação entre esses dois termos. Fique ligado!
O que são resiliência e absenteísmo?
A resiliência é um conceito que vem da física e tem como conceito principal a capacidade que alguns materiais possuem de, após terem sido submetidos às mais diversas situações adversas, voltarem a seus estados originais sem deformações.
Por sua vez, nas ciências humanas, esse termo passou a ser utilizado para se referir à capacidade que as pessoas têm de superarem as adversidades sem serem afetadas de forma negativa. Essa característica pode ser bastante benéfica e efetiva tanto na vida profissional quanto pessoal.
Já o absenteísmo diz respeito à ausência física do colaborador em seu local de trabalho. Normalmente, ele é associado ao desengajamento do funcionário que, em determinada medida, ocorre por aspectos da própria empresa, como ambiente inadequado de trabalho, volume excessivo de tarefas, mau relacionamento das equipes, falta de ergonomia, entre outros.
As principais causas do absenteísmo são os transtornos alimentares e de sono, a fadiga e o estresse, problemas que conferem um alto custo às empresas e afetam negativamente na qualidade de vida das pessoas.
Qual é a relação entre esses dois termos?
Uma pesquisa realizada no Brasil pela International Stress Management Association (ISMA-BR), indica que o estresse foi apontado como o responsável pelo aumento de 140% dos gastos trabalhistas do país nas últimas décadas. A estimativa é de que esse prejuízo corresponda a quase 4% do PIB nacional, representando cerca de 80 bilhões de dólares.
O levantamento revela, ainda, que 30% dos profissionais brasileiros sofrem com o burnout. O dado coloca o Brasil como o segundo país com o maior número de trabalhadores afetados pela síndrome.
A pesquisa também apontou que os principais motivos de ausência no trabalho estão relacionados ao estresse. Ele acarreta em afastamentos por licença médica, abstenções por motivos diversos e faltas justificadas ou não.
Além disso, o estresse é determinante para a baixa produtividade, para o presenteísmo, o turnover e o burnout. Dessa forma, esses pontos impactam diretamente nos custos ligados a tratamentos, internamentos e consultas. Porém, os maiores prejuízos gerados nem sempre são mensuráveis.
Nesse cenário, a resiliência atua como uma importante barreira contra o estresse, contribuindo intensamente para a melhoria dos índices de absenteísmo e na otimização dos resultados das organizações. Por ser uma habilidade, aliás, ela pode ser continuamente desenvolvida e aprimorada nos colaboradores, garantindo, assim, uma maior estabilidade à empresa.
A seguir, você vai compreender como o absenteísmo e o presenteísmo podem prejudicar as empresas e quais são as melhores formas de desenvolver a resiliência nos colaboradores.
Qual é o prejuízo do absenteísmo e do presenteísmo nas empresas?
Diferentemente do absenteísmo, em que os colaboradores ausentam-se das empresas por motivos diversos, o presenteísmo está ligado ao fato do profissional ocupar os postos de trabalho mas, ainda assim, não realizar as obrigações de forma eficiente, satisfatória e completa.
Assim, ainda que as pessoas não sejam robôs e, por vezes, necessitem de alguns momentos de abstração, sobretudo entre uma tarefa e outra, os momentos de improdutividade excessivos podem ter um impacto imenso nos resultados obtidos pela empresa.
Entretanto, os prejuízos gerados pelo presenteísmo são ainda menos evidentes do que os do absenteísmo, já que aparentemente o colaborador está desempenhando suas funções.
Ainda assim, tanto os malefícios gerados pelo absenteísmo quanto pelo presenteísmo são imensos, pois esses fenômenos desmotivam as equipes de trabalho, desengajam o público interno, pioram a qualidade dos resultados entregues e comprometem na perspectiva de crescimento das empresas.
Como desenvolver a resiliência nos colaboradores?
Uma das principais maneiras de reduzir o absenteísmo, o presenteísmo e outras práticas similares nas empresas é oportunizar o desenvolvimento da resiliência nos colaboradores.
Ainda que os gestores, evidentemente, não consigam evitar situações de estresse e de risco o tempo todo, é possível preparar os profissionais do time para que eles reajam de maneira positiva às pressões e dificuldades.
Abaixo, falaremos de três pontos fundamentais para o desenvolvimento da resiliência nos colaboradores.
Perfil de resiliência
Atualmente, temos o entendimento de que todas as pessoas são resilientes em determinado grau e possuem diferentes perfis de resiliência. Estes perfis podem ser identificados por meio de questionários específicos que, futuramente, vão contribuir para a gestão dos colaboradores.
Dessa forma, para a determinação do perfil de resiliência dos profissionais, as ferramentas utilizam oito aspectos:
- autoconfiança;
- otimismo;
- direção com propósito (ou seja, ter objetivos claros);
- adaptabilidade;
- criatividade (para encontrar alternativas);
- orientação para o desafio (aprendizado por meio dos erros);
- controle emocional;
- busca de apoio.
Esses aspectos ajudam a traçar um melhor perfil de resiliência do profissional e, de acordo com a necessidade da empresa, podem ser desenvolvidas por meio de workshops e programas específicos de coaching, práticas de bastante sucesso entre as empresas.
O importante é que você saiba que, independentemente da ação tomada, uma coisa é certa: níveis mais altos de resiliência estão intimamente relacionados a menos problemas de saúde física e psicológica. Portanto, busque desenvolver essa característica em seus colaboradores e adequá-los ao seu propósito.
Entender para propor
Lembre sempre que a chave para o sucesso são as pessoas: elas devem ser constantemente valorizadas e engajadas no propósito de sua empresa. Além disso, não é porque algo deu certo em determinada empresa que também será efetivo em outra.
Assim, é imprescindível que cada empresa reconheça suas próprias especificidades, escute as demandas de seus colaboradores e tome medidas da maneira mais adequada possível. Não há uma métrica geral nesse sentido, mas a franqueza no diálogo aberto e claro é um meio importante para conquistar melhores resultados para a empresa.
Entender melhor as expectativas dos funcionários e compartilhar as projeções da empresa torna mais fácil o caminho para o sucesso. Caso a empresa queira oferecer um benefício aos colaboradores, por exemplo, a dica é ouvir as demandas em um primeiro momento para, posteriormente, definir qual política vai ser tomada.
E não esqueça: quanto mais os colaboradores são ouvidos e passam a se sentir envolvidos com os projetos, mais resilientes eles serão.
Dar feedbacks contínuos
Por último, um elemento fundamental para desenvolver a resiliência em seus colaboradores é oferecendo feedbacks contínuos.
Complementarmente aos tópicos anteriores, quanto melhor você informa seus colaboradores e os mantém atualizados em relação a suas situações, mais próxima fica a relação de vocês e, consequentemente, mais cientes dos procedimentos eles ficam.
Dessa forma, é possível aumentar a disposição dos profissionais em trabalharem com maior autonomia, tentando novos procedimentos e alavancando suas performances. Quando a empresa deixa claras as metas e as expectativas, a tendência é que o engajamento dos profissionais aumente, diminuindo possíveis problemas como o absenteísmo.
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