As 10 competências e habilidades mais visadas nos profissionais

Os próximos anos prometem um mercado de trabalho ainda mais acelerado por meio das tecnologias em ascensão: metaverso, inteligência artificial, automação robótica e demais inovações que já fazem parte da realidade de milhares de empresas pelo mundo. 

Apesar disso, nunca antes se falou tanto sobre a importância das pessoas e das habilidades exclusivamente humanas para que os negócios prosperem. E, ao passo em que a transformação digital acontece, as organizações se deparam com o desafio de promover a sinergia entre máquinas e colaboradores. 

A projeção do World Economic Forum é de que metade dos profissionais ativos passe por requalificação até 2025. E essa crescente demanda em relação às habilidades e competências comportamentais é, na verdade, uma excelente oportunidade para que as empresas impulsionem o desenvolvimento de seus colaboradores e saiam na frente em relação à concorrência. 

Competências e habilidades comportamentais: o que são e quais as suas diferenças?

É muito comum que competências e habilidades comportamentais sejam usadas como sinônimo. Mas, apesar de terem conceitos muito semelhantes, são essencialmente diferentes. Enquanto as competências podem ser aprendidas, treinadas e desenvolvidas, as habilidades estão no aspecto mais inato. Ou seja, habilidades são características individuais que contribuem para que o profissional desenvolva determinadas competências.

Luciana Masiero – psicóloga, especialista em desenvolvimento de carreira e trainer da Grou – afirma que a possibilidade de desenvolver as competências comportamentais dos colaboradores é na verdade uma vantagem para as empresas e lideranças. “Estamos sempre em desenvolvimento quando se trata de soft skills, porque a cada momento, a cada situação da vida, uma ou outra competência pode ser mais relevante e, portanto, pode ser mais nosso foco de desenvolvimento”, explica.

Isso é o que também reforça o livro Future Skills: The 20 Skills and Competencies Everyone Needs to Succeed in a Digital World, de autoria de Bernard Marr, referência em tendências futuristas, tecnologia e negócios, além de escritor de mais de 20 livros que abordam pautas afins. Abaixo, listamos 10 das habilidades e competências citadas em seu livro, assim como a importância de desenvolvê-las nos profissionais. Confira:

1. Pensamento crítico 

O pensamento crítico desponta como uma das habilidades mais visadas para os próximos anos. Pensar criticamente se mostra essencial tanto na esfera pessoal quanto profissional, porque permite que as pessoas analisem, questionem e reflitam sobre os diversos aspectos que se apresentam. 

Os colaboradores e lideranças que possuem a capacidade do pensamento crítico podem utilizar suas habilidades analíticas e sua racionalidade para decidir de forma mais assertiva e estratégica. 

2. Tomada de decisões complexas

Intimamente ligada ao pensamento crítico, a tomada de decisões complexas permite que os profissionais consigam encarar os desafios e resolver problemas complexos fazendo melhores escolhas. 

Essa competência proporciona uma visão e compreensão mais global das situações, tornando possível um direcionamento mais seguro e promissor em todas as áreas. 

3. Inteligência emocional e empatia

Segundo Daniel Goleman, psicólogo, escritor e considerado o pai da inteligência emocional, essa habilidade é dividida em pilares, e dentre eles encontramos a empatia. Ou seja, esses conceitos estão entrelaçados. 

Tanto a inteligência emocional quanto a empatia são responsáveis pela forma que os indivíduos compreendem as suas emoções e a dos outros.  Assim, favorecem relações profissionais e pessoais mais saudáveis e equilibradas. 

Saiba mais sobre a inteligência emocional e seus pilares aqui. 

4. Criatividade 

Materializar boas ideias, pensar em soluções inovadoras, dar novos significados e melhorar os padrões, esses são só alguns dos desdobramentos da habilidade criativa. 

No agora e no futuro, os profissionais que conseguem explorar essa característica e aplicá-la em novas competências ganharão destaque nas empresas, mesmo naquelas com alto investimento em tecnologias. 

5. Colaboração e trabalho em equipe

Ainda que um profissional tenha uma ótima bagagem de habilidades técnicas e comportamentais, se ele não souber trabalhar em equipe e de maneira colaborativa, ele ficará para trás nos próximos anos. 

As constantes mudanças na forma como o mercado de trabalho opera nos mostram que boas relações interpessoais, assim como demandas e objetivos bem alinhados e compartilhados, são um diferencial nas organizações que se destacam.  

6. Comunicação interpessoal

Saber organizar e transmitir suas ideias, assim como conseguir ouvir e interpretar aquilo que escuta é essencial para o profissional que quer evoluir na carreira e na vida pessoal. 

A comunicação interpessoal é uma habilidade-chave que esteve presente nas projeções feitas nos anos anteriores, nas atuais e, provavelmente, estará nas futuras. Comunicar de forma eficiente é o caminho para o desenvolvimento e melhores relacionamentos. 

7. Adaptabilidade e flexibilidade

Estando ou não preparados, as mudanças seguem em proporções grandiosas e ágeis. Os últimos acontecimentos do mundo, que incluíram pandemia e guerra, nos mostraram a necessidade de nos adaptarmos. 

Dessa forma, a adaptabilidade e flexibilidade são fundamentais para que as pessoas atravessem as crises, transformações digitais e situações inesperadas com resiliência, sem sofrerem impactos negativos. 

8. Liderança 

Independente de ocupar um cargo de gestão ou não, a habilidade de liderança aparece como um diferencial dos talentos na próxima década. Vista como a capacidade de extrair e estimular o melhor das outras pessoas, é uma forma de também aprimorar outras soft skills como comunicação, empatia e trabalho em equipe. 

9. Curiosidade e aprendizado contínuo 

O aprendizado contínuo, ou lifelong learning, é uma competência essencial nos profissionais que atingem altos níveis de performance e desempenho. Ancorada na curiosidade, faz com que os colaboradores se mantenham em constante evolução, somando conhecimento e alinhando teoria e prática nas empresas.

10. Orientação para a mudança 

Ao longo deste artigo, a mudança foi uma pauta recorrente. Isso porque não há como falar dos profissionais do futuro sem desconsiderar o mundo volátil que vivemos. Então, ser um profissional orientado para a mudança é um pré-requisito fundamental para aceitar e gerenciar bem as transformações. Mas mais que isso, essa competência promove a inovação e gera alternativas que contribuem muito para equipes e organizações.

Afinal, essas soft skills são necessárias em todos os profissionais?

Mesmo que as competências e habilidades citadas acima sejam muito importantes e buscadas pelas empresas neste e nos próximos anos, a psicóloga, especialista em comportamento e trainer da Grou Tamara de Paris atenta para um ponto muito relevante sobre o desenvolvimento de soft skills: 

“A alavanca principal do nosso desenvolvimento é o autoconhecimento. Quando conhecemos nossas características e nos apropriamos do nosso perfil, passamos a entender com mais clareza e aceitação o que nos promove e o que nos traz sofrimento. Não existe perfil ideal, perfil certo ou errado. O importante é a pessoa estar atenta às suas potencialidades e colocá-las em prática, assim como observar o que lhe traz prejuízo e pode ser desenvolvido.”

Para as empresas, representadas através dos RHs e lideranças, fica o desafio de entender as particularidades de seu negócio, assim como as necessidades de cada área e cargo quanto à gestão de pessoas. Além disso, é fundamental contar com mapeamento, avaliação e desenvolvimento assertivos e personalizados, proporcionando o despertar dos potenciais de colaboradores e futuros talentos. 

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